Por quê não superar limites?

Não sei se é porque venho de uma semana perfeita de treino e a endorfina está me influenciando ou se é da minha intuição mesmo, mas hoje a minha vontade é de falar sobre a prática de atividades físicas e em especial o meu amor pela corrida. E o que esse assunto estaria fazendo em um blog sobre autoconhecimento? Vem comigo que eu te mostro.

Praticar uma atividade física é uma das formas mais prazerosas de conversar com o corpo. Mandar estímulos e ver como ele responde é uma maneira de comunicar que você está aqui e se preocupa com o bem estar dele. Os hormônios liberados durante uma atividade física são a maior prova de que seu corpo diz obrigado.

E é por essa sensação boa que muitas pessoas buscam uma atividade física. Você deve estar pensando que pessoas são competitivas e buscam no esporte uma forma de provar que são melhores que outras. Mas no final são poucos os que se destacam como campeões, comparados com o número de fazer por prazer. Na corrida, por exemplo, milhares de pessoas se inscrevem para uma determinada prova, sendo que apenas seis sobem ao pódio. Se por acaso você perguntar para os que não tem chances de pódio por que eles correm, a grande maioria vai responder que se sentem bem correndo.

Por trás desse sentimento bom que vem de uma atividade física, sempre tem mais do que hormônios envolvidos. A satisfação pessoal, a superação, a sensação de ter controle sobre o próprio corpo e o sentimento de desafio estão presentes também. Além de ser uma forma de interação social.

E mesmo com tantos benefícios, tanta gente ainda resiste a praticar qualquer atividade que seja. E se você é uma dessas pessoas, isso pode estar ligado à sua zona de conforto. Já vimos que toda vez que tentamos sair da nossa zona de conforto enfrentamos resistência do nosso ego. O nosso ego preza pela nossa sobrevivência da forma mais primitiva possível: se você está vivo assim, continue assim. Ele não percebe os malefícios que uma vida sedentária pode trazer a longo prazo, só quer te preservar hoje.

Mas você sabe que o sedentarismo não é uma boa ideia, e sabe também o quão prazeroso pode ser praticar uma atividade física. Porque não enfrentar essa resistência por um tempo?

Essa resistência também pode vir de algumas crenças que você pode ter: “Eu não sou capaz de me regrar em uma rotina de exercícios” ou “esse tipo de coisa não é para mim”, “mulher que malha fica com o corpo masculinizado”, “eu não tenho fôlego para correr tudo isso”. Verifique as desculpas que você conta para si mesmo, questione se isso é mesmo real. Pesquise por casos de grande superação que algumas pessoas enfrentaram em prol de uma atividade física, se inspire e comece!

Eu acho que a minha história com a corrida é em partes genética, pois o meu avô corre e é dono de centenas de troféus e medalhas, mas não foi de uma hora para a outra que sai por aí correndo. Sempre gostei de praticar atividades físicas, e um dia decidi que iria correr. Comecei caminhando, depois correndo 100 metros, hoje eu corro até 15 km e pretendo chegar nos 42 km. Já faz mais de 5 anos que decidi começar, e hoje eu sinto que a corrida é o meu esporte favorito. A corrida é democrática, qualquer um pode correr. E apesar de parecer um esporte individual, existe muito companheirismo envolvido. Um corredor reconhece outro. Se estou de carro e alguém vem correndo eu dou passagem, e sei que quando eu corro e alguém me dá passagem, essa pessoa conhece a sensação que é diminuir 10 segundos no seu tempo. É um esporte de superação. Eu sempre tenho metas a bater e não é para superar outra pessoa, apenas superar a mim mesma. A corrida me coloca diante de desafios e me faz chegar ao meu limite, só para mostrar que o meu limite era um pouco mais adiante. A satisfação que eu tenho quando termino uma corrida é muito grande e esse sentimento é duradouro. Eu tomo decisões pensando na corrida, ela ajuda a me manter em um estilo de vida mais saudável. Forma um circulo virtuoso, me alimento bem porque corro, durmo bem porque me alimento bem, corro bem porque durmo bem...

Posso continuar listando aqui mais benefícios e sensações que tenho correndo, mas esse não é o ponto principal desse texto. Essa semana eu só quero que você questione o que te trava diante de uma atividade física. Será que você não pode superar o colher os bons frutos que isso pode te trazer?

"Primeiro você sente como se fosse morrer, depois percebe que nunca esteve tão vivo."